Entre réplicas e originais são 2,5 mil itens em exposição a partir de 1º de março
O som da torcida guia o espectador. No lugar do estádio lotado está o labirinto com pouca luz, mas muita informação histórica. O apaixonado pelo futebol ganha, a partir de sexta-feira, o Museu da História do Futebol, em Porto Belo, no litoral de Santa Catarina. Um lugar que garante o retorno ao passado por algumas horas a fim de contemplar o que de melhor aconteceu nas Copas do Mundo desde 1930.
O espaço no Porto Belo Outlet Premium, às margens da BR-101, segue os padrões do Conselho Internacional de Museus da Unesco, tem 660 metros quadrados, mas que chega a 2,3 mil metros quadrados a considerar apenas a área de exposição, disposta no formado de labirinto. O curador Jules Soto explica a motivação e a importância do projeto voltado à cultura.
– É um projeto diferenciado. Santa Catarina vai ganhar uma casa do esporte. E esporte é cultura, educação e ensino. No Brasil existe um ranço por conta do que se gasta com o futebol. Temos que promover o esporte. Nossos jovens têm que gostar do esporte e impulsionar isso. E abertura do museu coroa essa situação em geral – fala Soto.
Entre réplicas e peças originais, que são 95% do acervo, o Museu da História do Futebol tem 2,5 mil itens, que juntos são avaliados pela quantia de R$ 3,8 milhões. Entre eles se destaca a faixa de campeão da Seleção Brasileira no primeiro dos cinco títulos da Copa do Mundo, conquistado em 1958, na Suécia. Ainda aparece chuteiras, camisas de jogadores como Pelé, Zico, Platini, Ronaldo, Zidane, Messi, Neuer, entre outros, autografadas e utilizadas em jogos pelos Mundiais.
– É um trabalho de colecionista. Sempre juntei peças das mais variadas áreas como investimento particular. Tudo aqui foi adquirido, é tombado e numerado, com registro e procedência. Busquei peças na Europa, Argentina e Uruguai. O acervo está cedidos em comodato e vai seguir aqui, pois criamos um conceito novo junto a um centro comercial. Muitos itens serão espalhados fora do museu de forma gratuita – diz o curador.
Soto deixa claro que o conceito de exposição do Museu da História do Futebol, em Porto Belo, é diferente do Museu do Futebol, localizado no Pacaembu, em São Paulo. O primeiro trata de peças físicas, enquanto o segundo é basicamente composto por materiais em realidade virtual. Por isso, Soto considera que está diante do maior acervo de futebol das Américas e um dos maiores do mundo, atrás do apenas do Museu Nacional do Futebol, que fica em Manchester, na Inglaterra.
– O Museu do Futebol foi um marco pela proposta, mas é formado por um acervo virtual. Imagens digitalizadas e licenciada, mas sem o contato com as peças. Respeitamos, mas não é a nossa proposta. A gente constrói em cima do acervo, que é a base do museu. A energia da peça que foi utilizada em uma Copa. Vemos esse efeito no público. É o maior acervo exposto sobre futebol das Américas, desde o Alasca à Terra do Fogo – completa Soto.
As visitas ao Museu da História do Futebol, em Porto Belo, podem ser realizadas a partir de sexta-feira. O local fica aberto todos os dias, das 14h às 21h.
Por Guto Marchiori - NSC TV
Fotos: Leo Munhoz - Diário Catarinense
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